"Quando você lamentar a iniquidade do mundo, não deixe as suas emoções terminarem em lágrimas; mero choro não fará nada sem ação. Fiquem de pé, vós que tendes voz e conhecimento, vá e pregue o evangelho, pregue em cada rua e canto dessa grande cidade; vós que tendes riquezas, vá e use-as com os pobres, doentes, necessitados, com os que estão à beira da morte, os analfabetos, e os ignorantes; vós que tendes poder de oração, vá e ore; vós que sabeis manusear a caneta, vá e escreva as iniquidades cometidas – cada homem no seu posto, cada um com a sua arma nesse dia de batalha; agora por Deus e por sua verdade; por Deus e pelo o que é justo; que cada um de nós que conhecemos o Senhor possamos lutar usando o Seu estandarte!” - Charles Spurgeon
Rompeu-se o cordão de prata, a taça de ouro se quebrou, o cântaro se despedaçou junto à fonte, a roda se quebrou junto ao poço, o pó voltou à terra.
No dia 27 de janeiro, 241 vidas foram levadas por uma tragédia na cidade de Santa Maria, RS. O evento tornou-se notícia nacional, logo espalharam-se os detalhes, os motivos, o desespero. Cenas vistas e ouvidas que produziram o lamento de um país inteiro.
O lamento foi transformado rapidamente em sede de justiça. Alguém tem que ser culpado! Como se isso fosse ajuntar os pedaços de coração que foram espalhados... não vai.
Não se une um cordão de prata com cola. Não se restaura uma taça de ouro com fitas adesivas.
Para os amigos e familiares das vítimas, as portas das ruas se fecharam, o silêncio ensurdecedor, típico depois de um evento de tragédia, ainda os incomoda. As portas das ruas foram fechadas, o barulho das aves os acordam, mas o som de todas as canções ainda parece fraco. Os homens fortes caminham encurvados.
Entender qual foi o erro e punir alguns responsáveis que provaram suas irresponsabilidades não irá restaurar o brilho de uma cidade. Agora, precisamos lidar com algo menos visível, longe das câmeras dos noticiários e muito mais importante: os corações despedaçados que ficaram.
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"Atire o seu pão sobre as águas, e depois de muitos dias você tornará a encontrá-lo. Reparta o que você tem com sete, até mesmo com oito, pois você não sabe que desgraça poderá cair sobre a terra."
Há tempos atrás uma menina teve o privilégio de segurar Deus nos braços. Ela foi responsável por acalentar o bebê e dar boas vindas ao mundo àquela frágil criança. Ela o fez com servidão e humildade.
Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez grandes coisas em meu favor; santo é o seu nome. - Lucas 1:46-49
Hoje, existem meninas com os corações tão belos quanto o desta, mas mesmo nas nossas igrejas, elas são silenciadas e desrespeitadas.
São tratadas como objeto pessoal de valor dos pais e da família - até mesmo a família chamada igreja -, ao invés de serem vistas como mulheres, parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida (1 Pe 3:7) na criação de Deus.
Mais frágeis sim, mas não mais fracas. Mais delicadas, mais dóceis e mais tranquilas. Só alguém assim seria capaz de oferecer descanso à um bebê que seria o Rei dos reis.
Atitudes meigas que se encontram com a força.
A coragem que se encontra com a necessidade de proteção.
A beleza que se encontra com a criatividade.
E hoje, muitas vezes, como sociedade e como igreja, faltamos em honrar, respeitar, oferecer segurança e dar liberdade para essas meninas, mulheres.
Num dia como esse, podemos agradecer a Deus pela existência das mulheres, mas não podemos comemorar uma falsa liberdade que existe numa cultura do abuso. Até quando essas meninas vão ser abusadas verbalmente, ter sua criatividade oprimida e suas opiniões enterradas? Poderia falar em cultura do estupro, se considerar a maneira como são tratadas com malícia por grande parte dos "homens" todos os dias, em todos os lugares.
"Homens", somos uma grande piada.
Mulheres, nos perdoem.
Deus, nos ajude a respeitar as mulheres com sabedoria e honra, como Jesus fez.
Um feliz dia internacional da mulher para as mulheres com corações de meninas e para os homens de verdade.
