Era uma vez um rapaz jovem e vívido. Ele
conheceu uma moça, ela era muito bonita, alegre
e esperançosa.
Os dois se agradavam muito com a companhia um do
outro e decidiram, então, que caminhariam juntos
por um caminho chamado "Compromisso". Esse
caminho era longo e passava por diversas
estradas; uma que se chamava "Namoro", outra
"Noivado" e outra "Casamento". Eles sabiam, pois
foram ensinados, que a recompensa maior seria
alegrar grandemente o Dono das terras em que
estava esse caminho - um Rei bondoso e justo. E
tudo o que deveriam fazer era amar e respeitar
um ao outro, cumprindo cada um a sua parte, para
fazer da caminhada um momento muito agradável.
Se agissem assim, fariam do caminho um lugar
mais bonito e mostrariam a todos como era
maravilhoso o que o Dono daquelas terras havia
preparado para eles e para todas as pessoas que
decidissem andar por Seus caminhos.
Eles sabiam também, dos perigos de serem
atraídos por malfeitores e zombadores, que
tentariam atrapalhá-los com falsas propostas de
facilitar a caminhada, pois queriam desviar a
atenção das pessoas e esconder a bondade do Dono
das terras, para que eles próprios pudessem ser
vistos como reis.
O Rei era muito bondoso e prometeu ao casal que
se eles se lembrassem dele em todo o tempo, eles
estariam protegidos e seguros para cumprir sua
tarefa com alegria. O Rei também era justo e
alertou-os de que deveriam pensar bem sobre o
que estavam se propondo a fazer, pois, caso
desistissem de andar juntos, iriam desonrar Suas
terras e, assim, não poderiam mais contar com a
ajuda Real. O Rei deixou tudo bem explicado e
disse que iriam conseguir, se cuidassem não
apenas dos próprios interesses, mas cuidassem um
do outro e se importassem com as outras pessoas
também.
O jovem casal sabia, então, que quanto mais
avançassem, mais difícil seria de sair do
caminho antes de chegar ao final sem machucarem
um ao outro e, principalmente, desonrar o Rei.
Cientes dessas implicações, decidiram que
estavam dispostos a seguir este caminho e, antes
de começar o passeio, declararam que gostariam
de se alegrar grandemente com a honra do Rei,
que havia sido tão bondoso permitindo que
pudessem andar por essas terras tão bonitas.
Assim que começaram, perceberam que o caminho
pavimentado era estreito, o que os obrigava a
ficarem bem juntos - e esse era um motivo de
grande alegria para aqueles jovens apaixonados!
Apesar de bem próximos, o caminho era largo o
suficiente para que andassem confortavelmente, o
Rei tinha pensado em tudo!
Conforme avançavam, eles observavam grande
alegria de alguns camponeses e acenavam
cintilantes em retribuição ao apoio dado. Alguns
no entanto, eram aqueles zombadores, que
diretamente ou com ironias sutis - e até
aparentemente agradáveis -, tentavam fazê-los
desistir. Quando isso acontecia, os jovens se
entreolhavam e sorriam um ao outro, evidenciando
o quão felizes estavam.
Mais um pouco e o jovem rapaz se afastou um
pouco para o seu lado - disse apenas que a
proximidade o estava incomodando um pouco, mas
na verdade, ele começou a se orgulhar tanto de
ser aplaudido por alguns, que começou, aos
poucos, a se esquecer de amar e respeitar a sua
companhia e ajudá-la a cumprir o seu papel. A
moça, por sua vez, não se importou que ele se
afastasse um pouquinho, pois já não se sentia
tão segura da decisão de seguir pelo caminho do
"Compromisso" - nem tudo o que ela tinha ouvido
falar sobre o caminho era verdade, a moça havia
sido enganada por alguns dos inimigos do Rei e
decidiu aceitar alguns maus conselhos durante
sua adolescência, encontrando alguns desses
velhos amigos ao longo do passeio ela acenou e
sorriu, se esquecendo que isso desonraria o Rei
e se esquecendo também de ajudar seu companheiro
a cumprir o seu papel.
Isso fez com que os dois começassem a pisar em
algumas pedrinhas à beira do caminho, pois já
não estavam mais juntos no centro da estrada.
Essas pedras eram bem pequenas, quase não os
incomodava. Pensaram "Ah! o Rei não vai se
importar, ele é bondoso e se esquecerá disso no
final, aliás, ainda estamos juntos." E, mesmo
que isso estragava um pouco do caminho criado
com muito cuidado pelo Rei, concordaram que não
era tão ruim seguir o passeio dessa maneira.
Mais um pouco e nem mais estavam de mãos dadas.
O rapaz se exibia e a moça ria cada vez mais com
as brincadeiras dos zombadores e inimigos do
Rei. Um não percebia o erro do outro, pois já
não se importavam e nem se entreolhavam.
De vez em quando precisavam parar para tirar as
pedrinhas dos sapatos. Aquilo machucava
bastante, mas eles aprenderam a conviver com
isso, embora um culpasse o outro pelos próprios
ferimentos. Muita mágoa foi guardada entre os
dois.
Os bons camponeses já não os olhava com tanto
entusiasmo, mas eles sorriam quando o casal
conseguia enganá-los, passando uma imagem de que
estava tudo bem em sua jornada.
Os maus camponeses nem se importavam mais com a
presença deles.
O Rei se entristecia bastante em saber que eles
não usavam a parte bela e plana das estradas que
Ele havia preparado.
Logo, eles nem se importavam mais com as
pedrinhas e continuavam sua caminhada sem nem
mesmo parar para cuidar desses machucados.
Cada um observava a paisagem do seu próprio
jeito agora. Nenhum dos dois se importava em
estar junto. Mas nada tinha mudado, eles eram os
mesmos egoístas que se conheceram há algum tempo
atrás, as mesmas pessoas que desejavam seguir o
caminho do "Compromisso" apenas para satisfazer
o interesse próprio. O começo da caminhada foi
prazeroso, só que algum tempo depois - tarde
demais, pois já estavam no meio da estrada -
perceberam que esse caminho só deveria ser
tomado por aqueles que buscam satisfazer um ao
outro.
Com os pés muito machucados e sozinhos - embora
estivessem juntos, a ajuda mútua não existia
mais - esses jovens não sabiam o que fazer. O
sofrimento, a angústia e a dor tomavam conta dos
seus corações.
Foi quando se lembraram das palavras do Rei.
Eles se entreolharam com os olhos cheios de
lágrimas. Se arrependeram. Com muita
dificuldade, pediram as suas desculpas,
humildemente concordaram com suas falhas e
decidiram que não esconderiam nada do Rei, e se
lembrariam dEle pelo resto dos seus passos.
Fizeram um voto de ajudar um ao outro a cumprir
suas tarefas, da maneira como o Rei havia
explicado.
Perceberam o que tinha acontecido antes: quando
tomaram o caminho do "Compromisso" não existia
amor. Foram tão apressados em satisfazer suas
vontades e suas vaidades, que não esperaram o
tempo necessário para tomar as decisões em amor
um ao outro.
Viram que se fossem menos egoístas antes e
fizessem tudo de acordo com o que o Rei propôs,
teriam evitado tanta vergonha e tantos
ferimentos.
Mas agora havia uma nova chance, o sol brilhava
intensamente mais uma vez! E o Rei estaria
esperando em seu Castelo, pronto para se alegrar
junto com o casal em um banquete sem fim. Tudo
já estava pronto e para que todos fossem
felizes, só era necessário que eles se firmassem
no propósito de alegrar o Rei conforme Suas
Palavras.
E agora tudo estava mais fácil, pois eles não
apenas recuperaram a alegria do começo da
caminhada, mas se entreolhavam com outro
sentimento, mais forte que qualquer outro: o
amor. Sentimento que aprenderam com o Rei e que
se lembrariam de resolver todos os problemas
através dele, se lembrassem do Rei em todos os
passos que estavam pela frente.
E eles sabiam de uma coisa, quanto mais amor,
menor seriam os problemas, e mais eles poderiam
se deleitar juntos com esse novo sentimento. E maior seria a honra prestada em gratidão ao tão bondoso Rei.
Fim.
Saiba mais: Efésios 5
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
Remindo o tempo; porquanto os dias são maus.
Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
Efésios 5:15-17